sexta-feira, 17 de julho de 2009

SONETO 57


Sendo teu escravo, o que fazer senão atender

Às horas e aos chamados de teu desejo?

Não tenho tempo algum para mim,

Nem serviços a fazer, até que me peças.

Nem ouso repreender a hora do mundo sem .m,

Enquanto eu, minha soberana, sigo tuas horas,

Nem penso que a solidão da ausência seja amarga,

Após dispensar teu servo de teu serviço;

Nem ouso questionar com meus ciúmes

Onde andarás, ou imaginar o que fazes,

Mas, como um triste escravo, sento-me e não penso,

Salvo, onde estás e quão feliz fazes a todos:

Então, que tolo é o amor, que, sob teu jugo

(Embora nada faças), nenhum mal o assombre.

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