sexta-feira, 17 de julho de 2009

SONETO 105


Não deixes meu amor ser chamado idolatria,

Nem minha amada, de meu ídolo,

Pois todos os meus cantos e versos são apenas

Para ela, sempre sobre ela, e muito mais ainda.

Amável é meu amor, hoje e amanhã,

Sempre constante em maravilhoso espanto;

Portanto, meu verso, preso à constância,

Ao dizer uma coisa, entrevê outra.

Bela, gentil e verdadeira, é tudo o que digo,

Bela, gentil e verdadeira, dito com tantas palavras;

E, nesta alternância, uso a minha mente,

Três em um, que suporta a soberba visão.

Bela, gentil e verdadeira sempre viveram sozinhos,

Pois, juntos, até hoje, jamais existiram em alguém.

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