sexta-feira, 17 de julho de 2009

SONETO 100


Musa, onde estás, que há tanto tempo te esqueces

De dizer aquilo que te dá todo o teu poder?

Usaste teu furor em uma canção espúria,

Reduzindo a força para emprestar-lhes tua luz?

Volta, esquecida Musa, e redime logo

Em doces horas o tempo inutilmente despendido;

Canta para os ouvidos de quem te estima,

E dá, à tua pluma, talento e voz.

Levanta, leve Musa, vê na suave face do meu amor

Se o Tempo a marcou com alguma ruga:

Se há, ri da decadência,

E despreza os despojos do Tempo por toda a parte.

Dá a meu amor fama mais rápido do que o Tempo gasta a vida;

Para que, de sua foice, me afastes a encurvada lâmina.

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