sexta-feira, 17 de julho de 2009

SONETO 119


Que poções bebi das lágrimas das Sereias,

Destiladas dos troncos que queimam como o inferno,

Vertendo medos em esperanças, e esperanças, em medos,

Sempre perdendo quando eu estava a ponto de vencer?

Que males terríveis cometeu meu coração,

Enquanto se julgava jamais abençoado!

Como vagaram meus olhos fora de suas órbitas,

Ao se distraírem nessa louca febre!

Ah, o benefício da dúvida! Agora descubro ser verdade

Que o bem se aperfeiçoa com o mal;

E o amor arruinado, ao ser reconstruído,

Cresce mais belo, mais forte e se torna ainda maior.

Então, retorno, refeito, ao meu contentamento,

E ganho, por sorte, três vezes mais do que gastei!

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