sexta-feira, 17 de julho de 2009

SONETO 38


Como pode minha Musa inventar seus motivos,

Enquanto vives a derramar em meu verso

Teu doce argumento, sublime demais

Para se traçar sobre um papel comum?

Ah, agradeça a ti mesma, se em mim

Persiste o alento que se sustenta à tua frente;

Somente o estúpido não poderia te escrever,

Quando tu mesma dás luz à invenção?

Sê a décima musa, dez vezes mais valiosa

Do que as outras nove antigas que os poetas invocam;

E aquele que te chamar, faze com que traga

Eternos versos que vivam por um longo tempo.

Se à minha leve Musa agradar esses curiosos dias,

Minha será a dor, mas tua será a rima.

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