sexta-feira, 17 de julho de 2009

SONETO 29


Quando em desgraça, sem sorte e afastado

Dos homens, sozinho, em meu exílio,

Perturbo os Céus surdos, a gritar sem sossego,

E olho para mim, e amaldiçoo meu destino,

Sonhando ser mais afortunado,

Como homem de muitos amigos,

Cobiçando seus talentos e visão,

E aquilo que mais aprecio sinto menos satisfeito;

Mesmo, nesses pensamentos, quase me desprezando,

Feliz, penso em ti – depois em meus bens

(Como a cotovia elevando-se ao romper do dia

Das entranhas da terra), em hinos a louvar o céu;

Pois, lembrar de teu doce amor traz tanta riqueza,

Que desdenho trocar meu dote com reis.

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