sexta-feira, 17 de julho de 2009

SONETO 109


Ó, nunca digas que foi falso meu coração,

Embora a ausência assim me fizesse parecer!

Tão leve me desprendo do meu corpo,

Quanto da minha alma, que jaz em teu peito:

Eis o meu lar de amor: se tenho errado,

Como quem viaja, novamente retorno;

Ainda a tempo, mas sem retomá-lo –

Para dar sustento ao meu engano.

Nunca acredites, mesmo que em minha natureza reinem

Todas as fraquezas que assediam qualquer um,

Cuja honra seria grosseiramente manchada,

Desperdiçando tudo que tens de bom;

A nada neste imenso universo me dedico,

Exceto a ti, minha rosa; e, nele, és tudo para mim.

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