sexta-feira, 17 de julho de 2009

SONETO 22


Meu espelho não me dirá que envelheço,

Enquanto tenhas a mesma idade e juventude;

Mas quando em ti vejo a essência do tempo,

Sinto que a morte expiará meus dias.

Pois, toda a beleza que viceja em ti

É apenas um prolongamento do meu coração

Que vive em teu peito, como o teu em mim:

Como, então, eu seria mais velho do que és?

Ah, então, meu amor, sê cuidadosa

Como eu, não por mim, mas por tua vontade;

Carregando teu coração, que guardarei comigo,

Como a ama que protege seu bebê querido.

Não penses em teu coração quando o meu fenecer;

Tu me deste o teu para nunca mais o devolver.

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