sexta-feira, 17 de julho de 2009

SONETO 147


Meu amor arde como febre, ansiando ainda

O que por muito tempo causou-me mal-estar;

Alimentando o que me mantém doente,

Para satisfazer o apetite incerto e doentio.

Minha razão, o médico do meu amor,

Zangado por sua prescrição não ser seguida,

Abandonou-me e, eu, desesperado, agora sei

Que meu desejo é a morte que a ciência pôs de lado.

Não tenho mais cura, não tenho mais razão,

Enlouquecido em eterno desassossego;

Meus pensamentos e minhas palavras são de um louco,

À parte da verdade expressa em vão;

Pois te jurei ser autêntico, e acreditei-te iluminada,

Tu, que és negra como o inferno e escura como a noite.

2 comentários:

  1. Lindo! Parabéns pelo seu trabalho e por sua dedicação! Gostaria de usar sua tradução em um sarau poético, podemos falar sobre o assunto e combinar preços? (sou estudante de teatro e amante das artes)

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    Respostas
    1. Roberta, infelizmente só li hoje sua mensagem. O blog não avisa quando recebemos alguma msg. Pena não ter respondido na época. De 2012 para cá, já lancei um terceiro volume de sonetos, apenas os de amor. Se receber esta resposta, me escreva para meu email: ibislibris@gmail.com.
      Abraços,
      Thereza Christina

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