sexta-feira, 17 de julho de 2009

SONETO 141


Por crer, não te amo com meus olhos,

Pois eles em ti veem mil defeitos;

Mas é meu coração que ama aquilo que desprezam,

Que, apesar de ver, se comprazem com o que sentem.

Nem se alegram meus ouvidos ao som de tua língua;

Nem sentimentos doces nascem de teu toque,

Nem sabor ou perfume são bem-vindos

A qualquer festim sensual a que me convides:

Mas meus cinco sentidos não podem

Dissuadir um coração tolo de servir-te

Que deixas imperturbado como um homem,

Escravo e vassalo de teu coração altivo:

Somente em desgraças conto os meus ganhos,

Pois aquela que me faz pecar, também me faz sofrer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores