sexta-feira, 17 de julho de 2009

SONETO 154


O pequeno deus do amor certa vez dormia

Deixando ao lado sua flecha amorosa,

Enquanto várias ninfas, jurando-se sempre castas,

Vieram, pé ante pé, mas, em sua mão virginal,

A mais bela tomou o fogo

Que incendiara legiões de corações verdadeiros;

Assim, a lança do desejo ardente

Dormia desarmada ao lado da mão desta jovem.

A flecha, ela mergulhou em um poço de água fria,

Que se acendeu com o eterno fogo do Amor,

Criando um banho e um bálsamo

Para os enfermos; mas eu, jugo de minha senhora,

Vim para me curar, e isto, assim, eu provo,

O fogo do amor aquece a água, mas a água não esfria o amor.

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