sexta-feira, 17 de julho de 2009

44 SONETOS ESCOLHIDOS

SONETO 12


Quando conto as horas que passam no relógio,

E a noite medonha vem naufragar o dia;

Quando vejo a violeta esmaecida,

E minguar seu viço pelo tempo embranquecida;

Quando vejo a alta copa de folhagens despida,

Que protegiam o rebanho do calor com sua sombra,

E a relva do verão atada em feixes

Ser carregada em fardos em viagem;

Então, questiono tua beleza,

Que deve fenecer com o vagar dos anos,

Como a doçura e a beleza se abandonam,

E morrem tão rápido enquanto outras crescem;

Nada detém a foice do Tempo,

A não ser os filhos, para perpetuá-lo após tua partida.

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