sexta-feira, 17 de julho de 2009

SONETO 31


Teu peito contém todos os corações,

Que eu, por não os ter, supus mortos;

E onde reina o amor, e tudo o que o amor mais ama,

E todos os amigos que pensei jazidos.

Quantas lágrimas santas e obsequiosas

Roubaram o amor sagrado de meus olhos,

Como maldição dos mortos, que agora ressurge

Entre coisas invisíveis que em ti se ocultam!

Tu és a tumba onde o amor enterrado vive,

Preso aos trunfos dos amores que partiram,

Que entregaram a ti tudo que pertence a mim;

E, por isso, tudo agora é apenas teu:

Tudo que neles amei, eu vejo em ti,

E tu (todos eles) me tens em tudo que sou.

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