sexta-feira, 17 de julho de 2009

SONETO 151


O amor é muito jovem para ter consciência:

Embora quem desconheça que esta nasça do amor?

Então, gentil mentiroso, não me apresses,

Minha culpa decresce quão mais doce teu ser for.

Pois, se me traíres, trairei

A parte mais nobre do meu corpo

Minha alma diz que ele

Triunfará no amor; a carne prescinde da razão;

Mas, elevando-me ao teu nome, te transformo

Em seu prêmio mais dileto. Orgulhoso disso,

Contenta-se em carregar seu pobre fardo,

Impor-se aos teus casos, tombar ao teu lado.

Prescindo de consciência para chamá-la

De amor – amor por que me ergo e tombo.

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