sexta-feira, 17 de julho de 2009

SONETO 102


Meu amor se fortalece, embora não pareça mais forte;

Não amo menos, embora não demonstre tanto;

O amor anunciado, cuja rica estima

A língua de seu dono difunde por toda a parte.

Nosso amor era jovem, então, na primavera,

Quando queria saudá-lo com meus amavios;

Como o rouxinol que canta assim que o verão principia,

E interrompe seu trinado à espera de dias mais maduros:

Não que o verão seja menos agradável agora

Do que seus tristes hinos que a noite silenciam,

Mas a louca música pesa em seus ramos,

E as doçuras perdem seu delicioso gosto.

Assim, como ela, por vezes também me calo,

Para não enfastiar-te com o meu canto.

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